ALÉM DE MONITORAR a atuação da política externa brasileira através da sua participação como membro do Comitê Brasileiro de Direitos Humanos e Política Externa (CBDHPE), em Brasília, Conectas tem fortalecido outras frentes de atuação com o objetivo de dar maior visibilidade ao posicionamento do Brasil em sua política externa, principalmente em casos de violações de direitos humanos. Para tanto, ações como a interlocução direta com autoridades públicas e stakeholders relevantes em Brasília, articulações com parceiros e o uso estratégico da mídia, têm sido fortes ferramentas para expor e aumentar o custo político do governo brasileiro, bem como a transparência, nos casos que envolvem direitos humanos, tais como:
No final de 2013, Conectas lançou um mapa indicando algumas das principais crises de direitos humanos vividas em 2013, relacionando com ações concretas realizadas pela organização. Leia mais aqui e aqui.
Conectas analisou os principais pontos do discurso feito pela Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. A fala da presidente foi marcada pelo rechaço à espionagem americana contra correspondências sigilosas do Brasil e pela oposição a qualquer ação militar na Síria. Leia mais aqui.
Para exercer o cargo de Delegada Permanente do Brasil em Genebra, a embaixadora Regina Maria Cordeiro Dunlop passou por sabatina com os senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal. Na ocasião, Conectas submeteu sete sugestões de perguntas relacionadas à participação do Brasil nos órgãos de direitos humanos da ONU. Dentre as perguntas sugeridas, duas foram feitas pelos senadores à embaixadora. A participação da sociedade civil nas sabatinas garante maior transparência e diálogo com a sociedade civil sobre a cooperação brasileira no âmbito internacional. Leia mais aqui.
Para ampliar a participação do público no diálogo sobre direitos humanos e política externa, Conectas lançou sua primeira campanha online, o Ministro, eu#QueroSaber. Durante os quatro dias que a campanha ficou no ar, Conectas pôde colher 30 perguntas submetidas pelo público, através do Facebook. Todas as perguntas colhidas pelas redes sociais foram enviadas, por escrito, a todos os membros da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado para a sabatina do então Ministro nomeado, Antônio Aguiar Patriota. A iniciativa #QueroSaber mostrou que há um grande interesse dos brasileiros por política externa, especialmente no que tange os direitos humanos. Uma segunda edição da campanha Ministro, eu#QueroSaber foi realizada em fevereiro de 2014, durante a audiência do chanceler Luiz Alberto Figueiredo. Dos 5 senadores que tomaram a palavra ao longo da sabatina, 4 mencionaram as questões compiladas e enviadas pela Conectas.
Na Coreia do Norte, cerca de 200 mil pessoas vivem em campos de trabalho forçado. Em março de 2013, o Conselho de Direitos Humanos da ONU criou a Comissão de Inquérito para investigar as décadas de abusos e impunidade do regime norte-coreano contra seus cidadãos. Conectas lançou uma campanha pedindo o apoio do Brasil na adoção da resolução e para não repetir a posição ambígua adotada pelo país em 2009, quando se absteve em votação. Quase 200 pessoas se uniram à campanha, repartindo mensagens nas redes sociais e enviando e-mails para à Embaixada do Brasil em Genebra. O pedido de apoio dos brasileiros foi feito pelo norte-coreano Shin Dong-hyuk, que num vídeo gravado pela Conectas, pediu apoio da delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Shin nasceu num campo de prisão política e trabalho forçado na Coreia do Norte e foi submetido à tortura aos 14 anos, pendurado pela pele da barriga por um gancho de ferro e colocado para queimar sobre uma fogueira.
EM 2014, CONECTAS continuará defendendo e promovendo os direitos humanos na política externa brasileira, em especial, para aumentar a participação da sociedade nessa discussão, e atuar como um mecanismo de controle no Congresso (freios e contrapesos), seja via ações de advocacy e articulação, ou pressão via estratégias de mídia para pautar o debate e dar visibilidade às ações de política externa do governo brasileiro em descompasso com os direitos humanos.